segunda-feira, agosto 14, 2017

SINA DE MULHER




Tento não sofrer com a morte que nasce em mim
Com o renascimento que me pede a despedida
Dessa que fui e não mais serei

Ainda tanto esperei de mim
Sem o compromisso do tempo de me ser
Mas esperei...
E morro aos poucos nisso de ceder
Ao tempo que me ultrapassa
Que me mostra minhas fraquezas
Que me lembra da não-juventude
Agora vivida por dentro

Passou o momento dos frutos
Passou o momento dos sonhos
No passado ficaram eu antes e a que já não sou
Agora morro aos poucos no sangue que verto
Renasço não a menina, não a moça
Não a flor desabrochando para a colheita

Não há mais filhos, não há mais promessas
As antigas vontades morrem com a que fui
Só há o sangue saindo e diante de mim
Anunciando a que fica e onde estou
Vivenciando a sina de toda mulher.


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